Efeito dos genéricos
05 de Dezembro de 2014
Duas décadas atrás, a Reckitt & Colman desenvolveu um medicamento para a ajudar os dependentes a deixar a heroína. Ele conquistou aprovação dos órgãos reguladores americanos três anos antes da fusão da empresa britânica com a Benckiser, o grupo holandês de produtos de limpeza, em 1999. Os medicamentos, o Suboxone e o Subutex, foram lançados no mercado em 2002 e se desenvolveram, em pouco tempo, num negócio valioso, no qual a Reckiett Benckiser gozou de monopólio durante a maior parte de uma década. Mais de 75% de suas vendas são realizadas nos EUA. Em seu pico, em 2010, a divisão de produtos farmacêuticos, dominada pelo Suboxone, respondia por 9% das vendas da RB, mas por 24% dos lucros operacionais, graças a margens de lucro superiores a 60%. No entanto, a expiração da patente do medicamento estimulou a concorrência com os genéricos, o que prejudicou as vendas e a lucratividade da empresa. Analistas preveem que os lucros operacionais da divisão de produtos farmacêuticos cairão para 14% do total do grupo este ano e que, longe de ser um impulsionador do crescimento, a subsidiária agiu como um estorvo nos últimos dois anos, devido à perda da patente. O principal argumento de vendas da divisão farmacêutica, a ser rebatizada de Indivior, é que ela é geradora de caixa, com produtos inovadores no prelo. No entanto, as avaliações dos analistas caíram de uma ampla faixa de variação, de 1 bilhão a 4 bilhões de libras, mais em direção à de 2 bilhões a 2,5 bilhões de libras esterlinas.
Fonte: Valor Econômico