Na contramão do mercado externo, carne fica mais cara
07 de Maio de 2015
Por MAURO ZAFALON
As carnes vivem momento atípico. Os preços caem lá fora, o Brasil exporta menos, mas há uma elevação do produto no mercado interno.
Essa busca pelo mercado externo, em detrimento do interno, deve-se à valorização do dólar. Mesmo com os preços externos menores, as carnes ainda rendem mais reais quando convertidos pelo câmbio acima de R$ 3.
Mas a incerteza do valor da moeda americana dificulta a tomada de decisão pelo setor.
A tonelada de carne bovina "in natura", por exemplo, foi negociada, em média, a US$ 4.164 no mês passado -queda de 10% sobre abril de 2014.
Já as exportações do produto "in natura" recuaram para 83 mil toneladas, 9% menos que as 92 mil de igual período de 2014, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Resta ao consumidor pagar mais no mercado interno. Ou mudar de produto.
Levantamento de preços da Fipe do mês passado apontou que a carne bovina subiu, em média, 1,5% para os consumidores paulistanos.
As chamadas carnes de primeira, e mais caras, tiveram queda de preço, ao contrário das de menor valor.
O quilo de picanha, após retração de 0,5% em março, voltou a cair em abril: -3,6%. Já os cortes de acém e de costela subiram 6,1% e 4,7%, respectivamente.
O setor de carne bovina vive um momento diferente do das carnes de frango e suína. A perspectiva de queda de preços é remota. A oferta de gado está reduzida. E os demais concorrentes do Brasil
-principalmente os EUA- têm oferta ainda menor, devido à queda do rebanho.
Já a oferta de frango aumentou, derrubando o quilo da ave viva para R$ 2,20 nas granjas paulistas. Os paulistanos pagaram 0,6% menos pela carne de frango nos supermercados no mês passado. A suína caiu 1,8%.
Fonte: Folha de São Paulo