Por: Bettina Barros

Os preços globais dos alimentos ficaram quase 20% mais baratos em 2015 devido ao superávit de produtos como carnes e lácteos provocado pela queda na demanda mundial, afirmou a Agência para Agricultura e Alimentação da ONU (FAO).

O índice mensal de preços da entidade, que monitora uma ampla cesta de commodities, ficou no ano passado em 164,1 pontos, 19,1% inferior ao resultado médio de 2014. É o quarto ano consecutivo de queda nos preços dos alimentos.

Em dezembro, o indicador da FAO foi ainda mais abaixo, encerrando o mês a 154,1 pontos, contra os 155,6 pontos de novembro (valor revisado), um queda de 1%.

"A oferta abundante face ao consumo tímido e a valorização do dólar foram as principais razões para o recuo nos preços globais de alimentos", afirmou o economista­-sênior da FAO, Abdolreza Abbassian.

A queda foi sentida por todos os grupos de alimentos, sendo os maiores grupos os mais impactados ­ com queda anual de pelo menos 15%, informou a FAO. O segmento de carnes, por exemplo, recuou 15,1% nos preços globais, em decorrência da maior oferta maior de carne suíno e à demanda menor por carne bovina nos EUA em 2015.

A grande oferta de trigo e milho também influenciou os preços dos cereais: recuaram 1,3% em dezembro e 15,4% no ano. Conforme a FAO, a maior disputa na exportação entre os principais países produtores e a expectativa da entrada de mais trigo no mercado, com a remoção de tarifas na Argentina, ditaram os preços.

Os preços dos lácteos caíram 1% em dezembro e 28,5% no ano, no maior recuo entre todas as commodities. Já os óleos vegetais caíram 19% em 2015. No caso do açúcar, a queda foi de 21% em relação aos níveis de 2014.

Fonte: Valor Econômico