Exportação de frango vai ser recorde no mês
22 de Junho de 2015
Por Mauro Zafalon
Os números de exportação de frango da indústria brasileira, referentes aos dez primeiros dias do mês, indicam que o país deverá obter um recorde mensal, em volume.
A estimativa é do presidente-executivo da ABPA (Associação Brasileira de Proteínas Animal), Francisco Turra.

Essa aceleração das exportações brasileiras é reflexo do avanço da gripe aviária pelo mundo, segundo ele.
Já são 36 países nos quais parte das granjas dos produtores do setor está afetada pela doença. Com isso, boa parcela da carne de frango brasileira deverá ser direcionada para o mercado externo nos próximos meses.
Mas a sustentação do mercado vem também de fatores internos. Há uma substituição da carne bovina -com preços mais salgados- para a de frango, segundo Turra. Dados da Jox Consultoria indicam que o frango teve alta de 19% nos últimos 30 dias.
E esse cenário dos mercados interno e externo inibe uma redução de produção, apesar da situação econômica difícil pela qual passa o país, afirma ele.
Um dos trunfos da avicultura brasileira é a sanidade. Para a manutenção dessa situação, é necessária a vigilância nas granjas e nos pontos de entrada do país, diz o presidente da ABPA.
Devido a essas condições, o Brasil tem ampliado mercado, inclusive para países com bom volume de importações. Um deles é a China, que até 2023 deverá importar 4,8 milhões de toneladas no mercado externo, praticamente o volume atual das exportações do Brasil, afirma Turra.
O volume vai de vento em popa, mas as receitas têm ritmo menor. O preço médio atual de negociação tem superado o dos meses anteriores, mas ainda fica 15% inferior ao de junho de 2014, conforme dados da Secex.
Nas duas primeiras semanas do mês, as exportações de frango "in natura" superaram em 31% as de igual período anterior, enquanto as receitas cresceram 15%.
EUA
Já nos Estados Unidos, principal produtor mundial de aves, a situação não vai bem desde o início do ano. Pelo menos 15 Estados do país já registram a gripe aviária.
Esta afeta principalmente a produção de perus e de ovos, mas o frango não fica imune aos efeitos da doença.
Com os preços menores dos grãos, o que reduz custos, os produtores aumentaram a produção. A gripe aviária fez, no entanto, com que vários países suspendessem as importações dos EUA.
Produção maior e restrições nas exportações provocam alta dos estoques.
A União Europeia também vive momentos de dificuldade no setor. O mercado muda rapidamente, e a indústria tem de se adaptar às exigências do consumidor.
As adaptações do setor passam ainda pelos desafios dos custos, das doenças e do respeito ao ambiente e ao bem-estar animal, segundo avaliações do Rabobank, instituição financeira especializada no agronegócio.
Fonte: Folha de São Paulo