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Após EUA, Kátia Abreu fala em abrir Japão à carne bovina do Brasil

17 de Junho de 2015

 
 
 
Por Luiz Henrique Mendes 
 
SÃO PAULO - Além de reafirmar a expectativa de que a abertura do mercado dos EUA à carne bovina in natura do Brasil seja anunciada este mês, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, disse hoje estar “confiante” na abertura do mercado do Japão à carne bovina brasileira, tanto para o produto processado quanto in natura, ainda em 2015.
 
A declaração foi dada durante a 14ª edição do “Seminário Perspectivas para a Agricultura”, realizado na BM&FBovespa pelo Ministério da Agricultura.
 
De acordo com a ministra, há uma “articulação” com técnicos do governo japonês, e o Brasil concordou em autorizar, como contrapartida, as importações de gado wagyu dos japoneses. 
 
“Nós vamos tentar [abrir o mercado do Japão] para carne processada e não processada. Eles pediram a abertura para o gado kobe [raça japonesa wagyu] e vamos atendê¬los. Estou confiante que [sai este ano]”, afirmou a jornalistas. .A ministra irá ao Japão em julho, logo depois de acompanhar a visita da presidente Dilma Rousseff aos EUA.
 
Após as declarações da ministra, as ações de frigoríficos subiram na BM&FBovespa. Os papéis da JBS tiveram alta de 4,34%, a R$ 16,57 e os da Marfrig, ganho de 5,88%, a R$ 4,50.
 
A ministra disse ainda esperar que outros nove estabelecimentos exportadores de carne bovina sejam habilitados a exportar à China este mês, além de nove unidades (entre suínos e aves). No mês passado, a China retomou as importações de carne bovina do Brasil, autorizando oito frigoríficos a vender a seu mercado.
 
Em entrevista, no seminário, a ministra da Agricultura afirmou ainda que o Brasil não pode se “intimidar” com a postura “defensiva” de algumas “corporações” do setor industrial. “Não podemos ficar isolados e sonhando com as grandes indústrias nacionais. Isso não vai mais existir”, disse.
 
Para ela, o mundo caminha para a especialização, e o Brasil não terá como fugir disso. “Cada país produz uma peça dessa cadeia, e se nós ficarmos isolados, não vamos fazer parte de cadeia alguma”, afirmou. Ela reconheceu, porém, que alguns setores do país poderão sofrer prejuízos com o acordo comercial, mas eles devem ter um “olhar” por parte do governo. “Mas a grande maioria será beneficiada. Não só da agropecuária. Mas dá indústria brasileira”.
 
A ministra disse, ainda, que acredita que o acordo comercial com a União Europeia saia este ano. “Eu analiso isso pela determinação da presidente Dilma. Eu nunca a vi tão obstinada em fazer esse acordo”, pontuou.
 
Fonte: Valor Econômico


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