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Rússia barra importação de dez frigoríficos

28 de Maio de 2015

 
Por Mauro Zafalon 
 
A Rússia comunicou ao Ministério da Agricultura que fará uma interrupção de compras de carne bovina e suína de dez frigoríficos brasileiros.
 
O comunicado vem em um momento ruim para o setor: as exportações estão em queda; os custos sobem e a oferta de bois é reduzida.
 
A Rússia tradicionalmente usa a artimanha de fechar mercados para barganhar nas compras. Mas, desde o ano passado, o país teve praticamente todos os grandes mercados de proteína fechados, devido à crise na Ucrânia.
 
O Brasil passou a ser o foco principal dos russos, devido à importância do país na produção de frango, de bovinos e de suínos.
 
No comunicado ao governo brasileiro, os russos alegaram problemas sanitários. É bom lembrar que sempre tem alguém que deixa de fazer o dever de casa, colocando o setor em xeque.
 
É bom lembrar também que o preço do petróleo, uma das principais fontes de divisas da Rússia, caiu no último ano. Com uma taxa de câmbio desfavorável, a carne ficou cara para os russos.
 
Barreiras desse tipo poderiam melhorar os preços para para as importações --o que não deve ocorrer devido à escassez de animais para o abate, principalmente bois.
 
UNIÃO EUROPEIA
 
Os exportadores brasileiros de carne não encontram problemas apenas na Rússia. A União Europeia está diminuindo as compras do Brasil.
 
Estatísticas da UE indicam que o bloco importou 104 mil toneladas de frango do Brasil até março --o equivalente a uma queda de 21% ante igual período de 2014.
 
Com esse volume, o país é responsável por 55% das compras dos europeus. A participação é relevante, mas recua ano a ano. Em 2011, o frango brasileiro representava 72% das compras da UE.
 
Enquanto o Brasil perde espaço, a Tailândia avança. Em 2011, o país asiático era responsável por apenas 18% das compras dos europeus. No primeiro trimestre deste ano, chegou a 35%, devido à alta de 23% nas vendas ao bloco.
 
A UE também importou 1,4% menos carne bovina brasileira até março. Mesmo com a queda, o Brasil ainda é o maior fornecedor dessa proteína aos europeus, com 46% de participação.
 
Fonte: Folha de São Paulo


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