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ALANAC - Notícias do Setor

As nacionais tomam a ponta

09 de Outubro de 2014

No primeiro semestre de 2014, pela primeira vez as indústrias farmacêuticas de capital nacional superaram as multinacionais em faturamento. É o que aponta estudo da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais, a Alanac. As companhias brasileiras registraram faturamento de R$15,7 bilhões entre janeiro e junho de 2014, ou 51% das vendas totais, que somaram R$ 30,9 bilhões. As multinacionais faturaram R$ 15,2 bilhões no mesmo período, ou 49% do total. Em unidades, as empresas nacionais responderam por 59% das vendas. O presidente executivo da Alanac, Henrique Tada, fala aqui sobre o significado dessa nova liderança.

Os números mostram que a participação das companhias brasileiras no faturamento do setor farmacêutico está em evolução. Era de 48,7% nos seis primeiros meses de 2014, quando o faturamento atingiu R$ 13,3 bilhões. No primeiro semestre deste ano, as vendas das nacionais apresentaram crescimento de 18% em faturamento, ficando acima da média do mercado total, que foi de 13,2%. Com isso, as nacionais chegaram à ponta.

 
“A indústria farmacêutica brasileira vem ganhando competitividade progressivamente. Por essa razão, muitas multinacionais desistiram de produzir e comercializar localmente algumas linhas de produtos dos mercados de genéricos e similares”, explica Tada. Aliás, boa parte dessa escalada se deve aos genéricos. Os laboratórios de capital nacional fabricam hoje 71% dos genéricos comercializados no país, em unidades. É a categoria em que as companhias brasileiras são mais fortes. Entre os similares, as nacionais respondem por 68% das vendas. Entre os produtos originais, conhecidos por medicamentos de referência, a participação das nacionais fica em 18%. “A indústria de capital nacional depende do faturamento dos seus produtos similares e genéricos para investir e desenvolver produtos inovadores”. Mas poderia ser melhor. “O setor produtivo nacional carece de regulação adequada para viabilizar a pesquisa e desenvolvimento de produtos inovadores e assim ampliar sua participação também na categoria de produtos de referência”, analisa Tada. Ele cita um trabalho desenvolvido pela Interfarma, associação que reúne as indústrias farmacêuticas de pesquisa, o Demorômetro -  nele, a demora para licenciamento de um produto supera os 600 dias. Segundo a PróGenéricos, há mais de dois mil produtos na fila deste segmento. O Custo Brasil também impacta bastante. Segundo Tada, várias multinacionais desistiram de fazer fábricas no país. Importar é mais vantajoso. Por isso, reduzir as assimetrias ainda é fundamental, sobretudo para a indústria de capital nacional. No campo da inovação farmacêutica, a soberania nacional é obtida com o desenvolvimento tecnológico, ou seja, produtos novos, de referência.
 

Preferência da classe médica

Na divisão entre produtos vendidos com prescrição médica, as nacionais respondem por 53% das vendas em unidades. Entre os produtos isentos de prescrição, a participação é idêntica, também de 53% para as empresas brasileiras. “Deixamos de ser apenas uma indústria de prateleira. Hoje, conquistamos a preferência da ckasse médica com muito trabalho de aproximação e convencimento da qualidade, segurança e eficácia dos nossos produtos”, explica Tada.

 
 
No Programa da Farmácia Popular, a indústria farmacêutica nacional também tem números mais expressivos de participação nesse mercado de ampliação de acesso aos medicamentos, com 60% em vendas e 63% em unidades.
 
Fonte: Revista ABC Farma
 


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