Aécio promete que aposentadoria vai seguir reajuste dos remédios
25 de Agosto de 2014
Por Alessandra Saraiva | Do Rio
O candidato à presidência da República pelo PSDB, senador Aécio Neves, divulgou ontem no Rio de Janeiro propostas de seu programa de governo para o cuidado dos idosos. Segundo o senador, sua intenção é de elevar o patamar de reajuste das aposentadorias, e também do Benefício de Prestação Continuada, que consiste em renda de um salário-mínimo para idosos e deficientes que não possam se manter ou ser mantidos por suas famílias. Além disso, o tucano informou que, se eleito, ampliará em âmbito nacional o programa Dignaldade, que dá suporte às instituições que atendem idosos no Estado de Minas Gerais.
As promessas foram feitas durante visita a um abrigo de idosos na zona norte do Rio. Na ocasião, o candidato declarou-se confiante em sua ida para o segundo turno, e aproveitou para criticar a gestão de recursos públicos petista, além de reiterar seu apoio aos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família.
Ao detalhar sobre como se darão os reajustes para aposentadorias em sua administração, Aécio explicou que, além dos ajustes já realizados no atual governo, que levam em conta a inflação do período, seria concedido outro reajuste, que levaria em conta o avanço nos preços dos medicamentos. Segundo Aécio, sua equipe econômica já está pesquisando preços de medicamentos mais usados pelos idosos, para trabalhar em um indicador de referência que possa ser usado para promover esse novo ajuste nas aposentadorias e nos benefícios.
Quando questionado se a medida não ajudaria a onerar mais os cofres públicos, o candidato, que costuma se posicionar como defensor do controle fiscal, optou por virar a crítica para a atual gestão de recursos públicos promovida pelo governo Dilma Rousseff (PT). "É um gesto, a meu ver, de sensibilidade e de respeito para com os idosos sem que isso onere em demasia o Tesouro Nacional. O que onera o Tesouro são os mais de R$ 30 bilhões que ele está sendo obrigado a transferir às empresas de transmissão de energia pelo absoluto e absurdo equívoco do governo na condução dessa área", disse, mencionando as medidas de apoio do governo ao setor elétrico, que incluíram aportes do Tesouro à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo que subsidia as tarifas do setor elétrico. O presidenciável tucano chegou a qualificar o atual orçamento do governo "uma peça de ficção".
Aécio foi além em suas críticas ao PT, acusando o partido e seus aliados de promoverem um "terrorismo disseminado Brasil afora" ao associarem o PSDB ao fim dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. "Isso não é verdade, é uma irresponsabilidade", disse, reiterando o compromisso com a manutenção do programa, caso eleito.
Durante a visita de cerca de uma hora ao abrigo o candidato dançou com duas internas, e chegou a pegar o microfone para cantar trechos da música "Amizade Sincera", do cantor Renato Teixeira, abraçado a uma idosa. Hoje, Aécio deve visitar o Saara, centro de comércio popular no centro do Rio.
No sábado, o candidato lançou seu programa para o Nordeste, em Salvador, onde afirmou que "ninguém tem um time mais qualificado para transformar o Brasil". Fazendo um contraponto a Marina Silva (PSB), que foi criticada por aliados do tucano como uma candidata sem "densidade" e "preparo", Neves procurou se colocar como opção segura de mudança ao governo petista. "Estaremos no segundo turno", disse.
Para alcançar a meta de ir ao segundo turno, o tucano iniciou uma ofensiva no Nordeste, onde Dilma Rousseff teve uma frente de cerca de 10 milhões de votos no segundo turno de 2010. Para reduzir essa margem, reuniu lideranças da região para lançar o programa "Nordeste Forte", com o qual pretende conquistar parte do eleitorado da região.
Centrado em sete eixos, o programa tucano tem foco na infraestrutura, educação, segurança e novas políticas de assistência social. O programa prevê ações para cem microrregiões nordestinas, com até 20 cidades cada, propondo projetos específicos para cada uma. No campo da infraestrutura, o candidato prometeu acelerar obras grandes como a Transnordestina e a Ferrovia Oeste-Leste, além de asfaltar 100% dos acessos às cidades da região. Também prometeu dobrar os recursos do Fundeb (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica) para o Nordeste e reduzir em 30% os índices de violência. O tucano disse que pretende garantir uma renda mínima de US$ 1,25 diários por família. Contudo, não explicou que forma vai atingir tal objetivo. (Com Folhapress, de Salvador).
Fonte: Valor Econômico.