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ALANAC - Notícias do Setor

Grupo identifica bactéria do tifo do mato no sul do Chile

11 de Setembro de 2016

Uma bactéria transmitida por ácaros que vivem sobre a pele de roedores silvestres foi detectada pela primeira vez na América do Sul.

O micro-organismo causa o tifo do mato, doença comum na região do Pacífico asiático, que pode ser mortal.

No Chile, ainda não houve nenhum caso letal, embora no mundo esse tipo de tifo mate entre 7% e 10% da população infectada.

A bactéria Orientia tsutsugamushi foi encontrada na Ilha Chiloé, na costa sul do Chile, por volta de 12 mil km de distância da Ásia, onde o tifo do mato mata ao menos 140 mil pessoas por ano.

O primeiro caso de tifo do mato dentro do território chileno ocorreu em 2006.

Desde então, foram identificados outros sete, todos na Ilha Chiloé, aponta o estudo, realizado por pesquisadores da Universidade de Oxford, da Universidade Católica do Chile e da Universidade do Desenvolvimento.

"Não sabemos como chegou à Ilha Chiloé. Uma das hipóteses é que sempre tenha estado lá", diz Abarca. O grupo, agora, busca pela bactéria em outros pontos do país.

Os sintomas do primeiro infectado "eram muito característicos dessa família de bactérias", o que chamou a atenção da equipe de cientistas, diz à AFP a infectologista Katia Abarca, da Universidade Católica-Christus e coautora da pesquisa.

Os sintomas do tifo do mato incluem febre alta, dor de cabeça e também muscular, além de manchas no corpo.

O sinal mais característico da doença é uma lesão preta na pele, similar a uma queimadura de cigarro. É o lugar onde a bactéria se inoculou, afirma Abarca.

A doença é tratada com um tipo específico de antibiótico.

Como o ácaro vive no organismo de ratos silvestres, "não é provável que a doença apareça em zonas urbanas", informa a especialista.

O estudo com a identificação da bactéria foi publicado esta semana no "New England Journal of Medicine". 

 

Fonte: Folha de São Paulo


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