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ALANAC - Notícias do Setor

Pfizer compra fabricante de remédio contra câncer por US$ 14 bilhões

22 de Agosto de 2016

A Pfizer chegou a acordo para adquirir o grupo de biotecnologia californiano Medivation por US$ 14 bilhões, derrotando diversas das suas maiores rivais e vencendo o leilão pela muito cobiçada produtora de remédios contra o câncer.

A Pfizer, segunda maior companhia farmacêutica do planeta, anunciou o acordo na manhã de segunda-feira, e pagará à Medivation US$ 81,50 por ação, em dinheiro.

A gigante farmacêutica, cujo valor de mercado é de US$ 212 bilhões, pagará um ágio de cerca de um terço ante o preço de fechamento de US$ 67,16 que as ações da Medivation tinham no final da semana passada, o que confere à empresa adquirida um valor de mercado de US$ 14 bilhões.

As ações da Medivation vinham subindo rapidamente nos últimos seis meses, por conta de especulações quanto a uma aquisição, depois de uma queda que as conduziu à cotação de US$ 27,32 em fevereiro.

"A aquisição pretendida da Medivation deve acelerar imediatamente o crescimento do faturamento e propelir o potencial de crescimento de receita da Pfizer", disse Ian Read, presidente-executivo e do conselho da Pfizer.

A Pfizer derrotou diversos outros interessados na Medivation, entre as quais a Celgene, Gilead e o grupo farmacêutico francês Sanofi, que vinham lutando para adquirir a companhia há meses.

A Medivation, sediada em San Francisco, produz o medicamento de combate ao câncer de próstata mais vendido no planeta, o Xtandi, que deve gerar US$ 5,7 bilhões em receitas anuais até 2020. Também está desenvolvendo um remédio experimental chamado Talazoparib, um "inibidor de PARP", criado para impedir que as células de tumores se multipliquem, ao atacar seu ADN.

Fundada em 2004, a Medivation se tornou assunto de rumores de aquisição quando a Sanofi apresentou uma proposta de US$ 9,3 bilhões, no final de abril, e iniciou uma tentativa de tomada hostil de controle acionário da empresa que durou dois meses.

Em julho, a Medivation rejeitou uma oferta melhorada da Sanofi, em valor de US$ 58 por ação, ou cerca de US$ 10 bilhões, mas aceitou assinar acordos de confidencialidade com a empresa francesa e outros interessados em uma aquisição.

"Essa transação convincente propiciará valor imediato e significativo aos nossos acionistas e oferece novas oportunidades aos nossos funcionários, como parte de uma empresa maior", disse David Hung, fundador e presidente-executivo da Medivation.

A transação marca o retorno da Pfizer ao mercado de grandes transações, depois que sua tentativa de adquirir a Allergan, sediada em Dublin, por US$ 150 bilhões foi bloqueada pelo governo Obama, que desejava impedir que a empresa transferisse sua sede à Irlanda por conta dos baixos impostos daquele país.

A Pfizer historicamente não tem grande sucesso no desenvolvimento de remédios contra o câncer, mas nos últimos anos começou a se esforçar para criar uma divisão forte de oncologia, com ajuda do sucesso do Ibrance, um remédio contra o câncer de mama que a empresa desenvolveu.

A aquisição da Medivation é uma das maiores transações no campo da oncologia, depois que ela perdeu a disputa pela aquisição da Pharmacyclics, no ano passado. A empresa foi adquirida pela AbbVie por US$ 21 bilhões.

A Pfizer também estava tentando recuperar o atraso diante de rivais como a Merck e a Bristol-Myers Squibb, que estão vendendo novos medicamentos de terapia imunológica que transformam o corpo em arma contra o câncer, descritos por médicos como o mais significativo desdobramento nesse campo desde a quimioterapia.

A Pfizer assinou um acordo com a Merck, da Alemanha, para desenvolver medicamentos semelhantes, e acredita estar ganhando terreno ao combiná-los com duas ou três fórmulas mais experimentais a fim de obter melhores resultados para os pacientes.

 

Fonte:  Financial Times (Folha de São Paulo)


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