Venda de genéricos ainda cresce, mas sinaliza desaceleração, diz entidade
03 de Abril de 2016
Por: Maria Cristina Frias
O volume de vendas de medicamentos genéricos subiu 19,9% em fevereiro, em relação ao mesmo mês de 2015, segundo a Pró-Genéricos (associação do setor), com base em dados da consultoria IMS Health.
O resultado, porém, é o mais baixo para o setor desde maio de 2015, o que pode ser sinal de que o crescimento começa a desacelerar.
"É um reflexo da crise econômica. A migração para os genéricos continua, mas o mercado está mais frágil como um todo", diz Telma Salles, presidente da entidade.
Ao mesmo tempo em que a crise faz com que consumidores de remédios tradicionais passem aos genéricos, é possível que uma parte deles tenha reduzido o uso medicamentos em geral, afirma a executiva.
"Um grande percentual do portfólio de genéricos é de remédios para doenças crônicas, usados todos os dias. Se há queda em unidades, ainda que pequena, é porque alguém está deixando de tomá-los, é um alerta."
O volume de vendas em fevereiro diminuiu 0,5% em relação ao mês anterior.
Ainda assim, a projeção do setor é de crescimento entre 8% e 9% para 2016.
A participação dos genéricos no mercado, hoje em 31%, deve subir dois pontos percentuais neste ano.
No limite
A crise deverá favorecer a venda de medicamentos genéricos, mas o mercado como um todo deverá ter algum impacto, diz o sócio da consultoria BCG, Douglas Wood.
"É um segmento resiliente, mas há um limite", afirma o executivo.
Ainda não se pode falar em estagnação das vendas, avalia Sergio Mena Barreto, presidente da Abrafarma, associação que representa redes de farmácias.
"O que percebemos é uma alta constante, se analisado o acumulado de 12 meses", diz.
Fonte: Folha de São Paulo.