Notificação de casos suspeitos do vírus zika passa a ser obrigatória
19 de Fevereiro de 2016
(Folhapress)
O Ministério da Saúde divulgou portaria que obriga os serviços de saúde a informarem todos os casos de suspeita de zika vírus.
A notificação deverá ser feita a cada semana por equipes de saúde da rede pública e privada, após o diagnóstico clínico.
Os dados devem ser registrados e enviados via formulários e sistemas próprios às secretarias municipais e estaduais de saúde e ao Ministério.
Casos de suspeita de zika em gestantes e de mortes possivelmente relacionadas ao vírus passam ser a ser de notificação imediata: em até 24h.
Até então, o governo não tinha informações sobre o número de pessoas afetadas pelo zika vírus desde que ele foi identificado no país, em maio de 2015.
Na ocasião optouse por registrar apenas os Estados com circulação do vírus, após confirmada pequena amostra de casos por meio de exames. A justificativa é que não havia ampla oferta de testes.
"A zika não existia no Brasil. E como não exista, não tinha regramento sobre isso", afirmou o ministro da Saúde, Marcelo Castro, antes de participar de reunião com representantes dos Estados Unidos para definir estratégias para controle do vírus.
O Ministério da Saúde diz que vai distribuir cerca de 500 mil testes de diagnóstico a laboratórios públicos para ajudar na identificação dos casos.
Com a medida, a infecção pelo zika entra na lista de 48 doenças de notificação compulsória. O novo modelo é semelhante ao adotado para registro de casos de dengue, em que os casos são contabilizados após avaliação médica ou resultados por exames.
O Banco Mundial divulgou que vai liberar US$ 150 milhões para ajudar no combate ao zika vírus. Segundo a instituição, o valor estará "imediatamente disponível" para os países afetados.
A ajuda tem como alvo trabalhos de vigilância e controle, cuidado de pessoas em situação de risco como as mulheres grávidas e em idade reprodutiva, e os cuidados pré e pósnatal para as complicações neurológicas, entre outras.
Com mais de 1,5 milhões de pacientes no Brasil e 31 mil na Colômbia, a América do Sul é a região mais afetada pelo zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que também transmite dengue as febres amarela e chikungunya.
O Banco Mundial estima em cerca de US 3,5 milhões, ou 0,06% do PIB (Produto Interno Bruto) regional, a perda de investimentos devido à doença na América Latina e Caribe.
Fonte: Valor Econômico.